Monumento feito pelo italiano Lorenzo Massa permite leitura profunda e humanística da história do porto.

Erguido com majestade no coração histórico de Santos, na praça Barão do Rio Branco, o monumento em homenagem a Eduardo Cândido Gaffrée e Eduardo Palassim Guinle, visionários fundadores da Companhia Docas de Santos, é um tributo imortal à determinação, coragem e competência. Inaugurada em 19 de novembro de 1934, esta obra grandiosa do renomado escultor genovês Lorenzo Massa captura a essência da transformação portuária e o espírito empreendedor.

O monumento, rico em simbolismo e detalhes artísticos, se ergue sobre o solo que outrora abrigava velhos trapiches, as toscas estruturas de madeira que marcavam o acesso aos navios antes da monumental construção do porto. Desde o piso, adornado com correntes que remetem às amarras dos navios, até o topo, onde as figuras dos fundadores dominam o panorama com um olhar penetrante e visionário, cada elemento da obra evoca a história e a evolução do Porto de Santos. Aos pés da coluna central, esculturas separadas representam Mercúrio, o deus grego do comércio, trabalhadores exaustos carregando sacos de café e uma mulher contemplativa à beira do mar, todos enriquecendo a narrativa da obra. Placas de bronze adornam o monumento, uma delas prestando homenagem dos portuários aos fundadores da Companhia Docas, e outra, pela própria Companhia, celebrando a herança deixada por eles (Gafreé e Guinle).

O conjunto circular do monumento, com três degraus que convidam ao seu acesso, é uma obra mestra da semiotica, revelando valores sentimentais, heroísmo, renovação, tradição e resgate histórico. Lorenzo Massa, um artista de linhagem renascentista, imprimiu em suas obras em Santos, incluindo este monumento, valores como conhecimento, educação, ética, idealismo e humanismo. Este monumento não é apenas uma obra de arte, mas um símbolo vivo de uma era de progresso e inovação, uma fonte de inspiração contínua para as gerações de santistas, atuais e futuras.